quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Obama marca pontos no State of the Union

Como se esperava, foi um Obama combativo e na ofensiva que se apresentou ontem, no Congresso, para o discurso do Estado da Nação. Ao longo de cerca de uma hora no pódio, o Presidente demarcou os seus principais objectivos para os próximos tempos, destacando-se, sem surpresas, a reforma da imigração, mas havendo também referências ao controlo da compre e posse de armas de fogo (Obama pediu mesmo ao Congresso uma votação sobre legislação concreta que aborde esta questão), ao ambiente e aos cortes em programas sociais a que o ocupante da Casa Branca se opõe.
Desta vez, e ao contrário de discursos do State of the Union anteriores, Barack Obama não se focou no esforço bipartidário e na necessidade dos dois partidos chegarem a entendimentos. Com a experiência do seu primeiro mandato, onde nunca conseguiu cedências por parte do GOP, Obama abandona definitivamente a capa do Presidente conciliador, preferindo uma postura mais partidária, assertiva e lutadora. Nesse sentido, o discurso de ontem serviu para Obama tentar colocar os republicanos entre a espada e a parede, "atirando-lhes" temas em que os democratas contam com relativo apoio popular, de forma a obrigar os legisladores do GOP a votar com os democratas ou a contrariarem a vontade da maioria da população.
No fundo, foi um discurso que cumpriu os objectivos de Barack Obama e que deverá valer ao Presidente, pelo menos momentaneamente, uma pequena subida nos índices de aprovação do seu trabalho. Em sentido contrário, parece-me que o Partido Republicano teve uma má noite. John Boehner, o Speaker da Câmara dos Representantes, sentado atrás de Obama, demonstrou, ao longo do discurso uma atitude algo arrogante em relação ao seu Presidente, não demonstrando a habitual deferência para o líder do executivo que é habitual nestas ocasiões, mesmo para os políticos da oposição. 
Além disso, a resposta oficial do GOP ao discurso de Obama não correu muito bem a Marco Rubio, que pareceu nervoso e pouco à vontade. O Senador pela Florida é, normalmente, um excelente orador, mas, ontem, não esteve à altura do que é capaz de fazer e fez lembrar um outro discurso de resposta ao state of the Union, o de Bobby Jindal, de má memória para os republicanos. Houve mesmo um momento caricato durante a comunicação de Rubio, em que quase saiu do plano para beber um pouco de água.
Contudo, a noite do State of the Union é sempre complicada para o partido da oposição, que, nesta ocasião, se encontra inevitavelmente em desvantagem na forma de fazer passar a mensagem aos cidadãos norte-americanos. Assim, se aliarmos esse facto a uma boa prestação de Barack Obama e a uma fraca resposta por parte dos republicanos, só podemos estar na presença de uma noite bastante positiva para a Casa Branca e para os democratas.

1 comentário:

  1. Obama é o verdadeiro político do seculo XXI, tão prócimo das pessoas que acaba por simplesmente ser uma delas. Gosto muito do estilo e mereceu quanto a mim o Nóbel que lhe foi atribuído

    http://pantominocracia.blogspot.pt/
    Um espaço de opinião que nos leva da Democracia à Pantominocracia

    ResponderEliminar