Como se esperava, as consequências políticas do shutdown estão a ser muito negativas para o Partido Republicano e as sondagens mostram que a maioria dos americanos culpa principalmente os republicanos pelo impasse em Washington que levou ao encerramento parcial do governo federal norte-americano. Esta semana, uma sondagem para o Wall Street Journal e para a NBC News revelou que 53% dos norte-americanos atribuiem as culpas do shutdown ao GOP, enquanto que apenas 31% assacam as principais responsabilidades desta crise política ao Presidente Barack Obama.
Ora, a um ano das eleições intercalares, este percepção pública sobre a responsabilidade pelo shutdown poderá ter importantes consequências eleitorais para o Partido Republicano. Tradicionalmente, o GOP é mais forte em eleições intercalares do que em anos de eleições presidenciais, beneficiando da maior abstenção entre grupos eleitorais tendencialmente democratas, como os jovens ou as minorias, em eleições que não contam com o mediatismo das eleições em que se escolhe o ocupante da Casa Branca.
Contudo, os estudos de opinião mostram agora um rápido crescimento das intenções de voto para os democratas nas eleições para o Congresso. Uma sondagem da Greenberg Quinlan Rosner Research (com ligações aos democratas) indicou uma vantagem democrata que já atingiu os dois dígitos. De acordo com esta sondagem, 46% dos eleitores tencionam votar num candidato democrata e 36% preparam-se para votar num republicano para o Congresso.
É certo que falta ainda muito tempo para as eleições intercalares (terão lugar em Novembro de 2014), mas estas são péssimas notícias para os republicanos que tinham como principal objectivo político a breve prazo recuperar a maioria no Senado. Todavia, a manter-se este cenário, não só não conseguirão alcançar esse objectivo, como se arriscam a perder o controlo da Câmara dos Representantes para os democratas, algo que, há poucas semanas, parecia praticamente impossível.
Os alarmes deverão estar a soar entre a liderança do GOP e os republicanos mais moderados. Porém, estes terão uma árdua tarefa pela frente para resgatar o partido, que se encontra actualmente refém dos sectores mais radicais e que, apesar de serem uma minoria, têm um grande poder político. Contudo, para controlar os danos, é obrigatório que o partido se desvie da retórica mais extremista e belicosa e regresse à sua mensagem tradicional que tão bons resultados lhe costuma trazer em eleições intercalares. Caso contrário, o GOP arrisca-se a sofrer uma derrota estrondosa no próximo ano.
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