Sendo Terça-feira, ontem foi dia de eleições nos Estados Unidos, realizando-se primárias presidenciais em vários Estados norte-americanos. Contudo, com os nomeados de cada um dos partidos já mais que decididos, o grande ponto de interesse da noite de ontem foi a eleição recall para o Governador do Winsconsin, onde o actual dono do cargo, o republicano Scott Walker, enfrentou e venceu o challenger democrata, o Mayor de Milwaukee Tom Barret.
Esta eleição no Wisconsin teve uma grande dimensão nacional, logo pela particularidade de se tratar de um recall. Para quem não sabe, o recall é uma medida que permite, através de uma petição assinada por um número mínimo de cidadãos, a marcação de uma nova eleição durante o mandato de um político eleito. Representa, por assim dizer, uma espécie de moção de censura. Depois, Scott Walker tornou-se famoso aos olhos do grande público por ter enfrentado, numa escala sem precedentes, os sindicatos e os funcionários públicos do Estado do Winsconsin, numa batalha que assumiu proporções épicas e lhe valeu o estatuto de herói entre a Direita dos Estados Unidos e o ódio visceral dos norte-americanos mais à Esquerda.
Contudo, ontem, Scott Walker venceu, com 53% dos votos, o seu oponente democrata e completará, assim, o seu mandato. O triunfo de Walker deve-se sobretudo a uma incrível vantagem financeira sobre o seu adversário, mas também ao maior entusiasmo dos republicanos em relação a esta eleição, comparativamente com os eleitores democratas. Ora, tendo em conta que este recall partiu da iniciativa conjunta dos sindicatos e do Partido Democrata, não deixa de ser estranho que estas poderosas e influentes estruturas não tenham tido a capacidade de entusiasmar e mobilizar de forma mais eficaz o forte contingente democrata do Winsconsin.
Assim sendo, são os republicanos em geral, e Scott Walker em particular, que saem vencedores da noite eleitoral de ontem. Em sentido contrário, os democratas e os sindicatos não ficaram bem na fotografia e a derrota que lhes foi ontem infligida reflecte-se, indirectamente, em Barack Obama. Além disso, a vitória republicana de ontem junta-se ao triunfo do republicano Ron Johnson sobre o histórico senador democrata Russ Feingold, na eleição para o Senado de 2010, e isso pode fazer sinais de alarme na campanha presidencial de Obama em relação a um Estado em que o candidato republicano à Casa Branca não vence há 28 anos.
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