A 19 dias do dia das eleições, o mapa eleitoral está cada vez mais definido e, por isso, apresento uma imagem que reflecte a minha opinião sobre o estado da corrida, ao dia de hoje, de acordo com as sondagens nacionais e, principalmente, estaduais.
Como se pode verificar pelos dados do mapa, a tendência é clara: Joe Biden tem tudo para ser o 46º presidente dos Estados Unidos, salvo algum acontecimento excepcional nos poucos dias que faltam ou a uma colossal falha das sondagens. Bem sei que há quatro anos as sondagens falharam de forma copiosa quando se pensava que Hillary Clinton derrotaria, com maior ou menor dificuldade, Donald Trump. Contudo, as sondagens da altura mostravam uma corrida mais equilibrada do que a deste ano e, além disso, tivemos a decisão do FBI em reabrir a investigação aos emails de Hillary Clinton a poucos dias da eleição, o que veio a revelar-se como um verdadeiro game changer na eleição de 2016. Este ano, salvo um novo momento James Comey (curiosamente, Trump voltou, recentemente a trazer o tema à baila), o actual ocupante da Casa Branca deverá ter dificuldades em repetir o upset.
À medida que se aproxima o dia das eleições - ou o última dia das eleições, já que, neste momento, vários milhões de eleitores já depositaram o seu voto - fecha-se a janela de oportunidade para que Trump reduza a desvantagem para Joe Biden e se coloque numa striking distance que lhe permita, com um eventual erro nas sondagens e uma eficaz operação de mobilização de eleitores por parte da máquina republicana, conquistar um novo mandato à frente dos destinos da nação norte-americana.
A favor de Donald Trump joga ainda a sua vantagem no colégio eleitoral, já que Joe Biden deverá ter de vencer por mais de 3% no voto popular para compensar o handicap do sistema eleitoral de que padece actualmente o Partido Democrata. Mas, nesta altura, tal vantagem parece não ser suficiente para evitar que Joe Biden ascenda à presidência.
Como se pode ver no mapa, o democrata consegue ultrapassar os 270 votos eleitorais necessários para a vitória sem precisar de ganhar nenhum dos estados onde as sondagens mostram maior equilíbrio. Mesmo não vencendo o Arizona, onde Trump triunfou em 2016, Biden seria o próximo presidente dos Estados Unidos, pelo que se afigura como muito difícil o percurso do candidato republicano rumo a um novo mandato na Casa Branca.
Em 2016, assistimos a uma das maiores surpresas eleitorais de que há memória. Eu próprio dei como certa a vitória de Hillary a poucos dias da eleição desse ano, sem saber que a famosa blue wall democrata estava a ruir de forma praticamente despercebida (apenas no Michigan houve alguns sinais e nas vésperas da eleição), pelo que, desta vez, se impõe maior cautela e ponderação antes de anunciar como decidida uma corrida que, ainda por cima, está rodeado de condições excepcionais. Assim sendo, façamos as nossas apostas, mas esperemos para ver quem conquista a Casa Branca.
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