terça-feira, 20 de outubro de 2020

O que dizem as previsões

É já de hoje a duas semanas o dia das eleições nos Estados Unidos. Ao contrário do que é normal, é muito provável que não fiquemos a saber, nessa noite (ou madrugada em Portugal) quem é o vencedor de várias corridas, com destaque, claro está, para a disputa pela Casa Branca. Devido à pandemia, o enorme fluxo de votos por correspondência e a possibilidade de esses boletins enviados por correio serem aceites após o dia 3 de Novembro (desde que tenham o selo dos correios referente a esse dia), podemos ter que esperar mais alguns dias para que todos os votos estejam contados. 

À medida que se aproxima a data limite para o voto, diminuem os indecisos e também a margem de erro das sondagens. Importa, por isso, fazer um ponto de situação, percorrendo alguns modelos, agregadores de sondagens e previsões disponíveis, para melhor se perceber se devemos esperar a reeleição de Donald Trump ou se será Joe Biden a tornar-se o 46º presidente norte-americano. Assim:

538.com 

Probabilidade de vitória: Biden - 87%; Trump - 12%; Empate - 1%

Votos eleitorais - Biden - 335; Trump - 203

The Economist

Probabilidade de vitória: Biden - 92%; Trump - 8%

Votos eleitorais - Biden - 346; Trump - 192

Real Clear Politics

Votos eleitorais - Biden - 357; Trump - 181

Larry Sabato's Crystal Ball

Votos eleitorais - Biden - 290; Trump - 163; Toss-up - 85

Com base nestes dados, fica evidente que, neste momento, Joe Biden é o claro favorito a conquistar a Casa Branca. Contudo, há quatro anos, também Hillary Clinton parecia lançada rumo à presidência e, no fim de contas, foi Donald Trump a conseguir ultrapassar os 270 votos eleitorais necessários para se poder sentar na Sala Oval. 

Por isso, e ainda que as empresas de sondagens e os próprios modelos agregadores de sondagens tenham feito ajustes na sequência do upset de há quatro anos, é preciso ter alguma cautela quando se olha para estes números. A propósito deste tema, aconselho a leitura da análise do responsável da empresa Trafalgar Group, cujas sondagens têm sido bem mais favoráveis para Trump do que a média. Ainda que esta empresa tenha um claro bias republicano e uma classificação de apenas C- pelo FiveThirtyEight, a verdade é que, há quatro anos, previram correctamente o triunfo de Trump no Michigan. 

Daqui a umas duas semanas, veremos se a Trafalgar tem ou não razão. Mas uma coisa é certa: se Trump vencer, e depois do que aconteceu em 2016, as empresas de sondagens e os gurus da previsão como Nate Silver, terão os dias contados, ou, no mínimo, perderão toda a credibilidade. Para já, e confiando nas empresas e nas pessoas que, no passado, já demonstraram a sua competência, parece-me indiscutível que é o candidato democrata quem leva vantagem na corrida. 

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