Depois da Super Tuesday da semana passada, hoje temos uma Mini Tuesday, com seis estados a irem a votos. Mais logo, os eleitores do Idaho, do Michigan, do Mississippi, do Missouri, do Dakota do Norte e de Washington (não confundir com a capital federal) deslocam-se às urnas para eleger os nomeados presidenciais. Como Donald Trump tem a nomeação garantida, interessa o que se passa do lado democrata, numa altura em que restam Joe Biden e Bernie Sanders a disputar a vitória nas primárias democratas.
Renascido na Carolina do Sul e arrasador na Super Tuesday, Biden parece lançado para a nomeação e o 538 de Nate Silver já atribui 99% de possibilidades de triunfo ao antigo vice-presidente. Assim, Bernie Sanders está obrigado a fazer um grande resultado nas corridas de hoje para que a sua candidatura se mantenha viável. Contudo, as atenções estarão principalmente para o Michigan, o maior dos estados em disputa e que entrega mais de um terço - 125 - do s 352 delegados em jogo na noite de hoje.
Há quatro anos, quando Bernie competiu com Hillary Clinton pela nomeação presidencial, o Michigan também era apontado como um estado decisivo. Nessa altura, e quando Hillary surgia com uma enorme vantagem nas sondagens, foi o senador pelo Vermont a surpreender e a levar a melhor no estado dos Grandes Lagos. Essa vitória deu um novo fôlego à candidatura de Bernie e prolongou as primárias democratas que só terminaram na convenção nacional do partido.
Sanders esperará que a história se repita e que o Michigan troque, uma vez mais, as voltas às sondagens e aos pundits, criando uma nova reviravolta numa corrida que já pareceu estar perto de vencer. Contudo, 2020 não é 2016 e, nesse ano, Hillary Clinton tinha muitos anti-corpos na classe operária branca, algo que já não acontece com Joe Biden. Há quatro anos, a abstenção democrata no Michigan foi elevadíssima, o que contribuiu para o falhanço de todas as sondagens e para a vitória inesperada de Bernie. Este ano, com os democratas motivados para derrotar Trump, isso não deverá acontecer e a forte mobilização do eleitorado de Sanders poderá não ser suficiente.
O Michigan será, então, o maior prémio da noite, mas não será o único. Em segundo lugar, o estado de Washington, com os seus 89 delegados, também será muito importante e Bernie e Joe parecem estar virtualmente empatados no estado norte-americano mais afectado pelo Coronavirus, o que pode baralhar as contas. Mais a sul, no Missouri (68 delegados) e no Mississippi (36), a vitória não deverá fugir a Biden, que conta com grande vantagem entre o eleitorado afro-americano. Por fim, temos os pequenos Idaho (20) e Dakota do Norte (14), pouco relevantes e onde praticamente não existem sondagens, ainda que se tenha de atribuir uma pequena vantagem ao antigo Veep, em especial neste último.
Tudo aponta, por isso, que a noite de hoje será muito importante para a corrida pela nomeação democrata. Se Joe Biden vencer em toda a linha, com vitórias no Michigan e em Washington a juntar aos esperados triunfos nos estados sulistas, tornar-se-á o presumível nomeado e Bernie Sanders começará a ser pressionado para abandonar a favor do seu adversário para unir o partido. Pelo seu lado, o senador do Vermont terá de triunfar, contra todas as probabilidades, pelo menos no Michigan e, de preferência, também em Washington para ainda poder sonhar em defrontar Trump em Novembro. Mais logo, veremos qual dos cenários se concretiza.
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