Estão contados quase todos os votos das eleições intercalares de 2014 nos Estados Unidos e o resultado é fácil de descrever: uma imponente vitória do Partido Republicano. Confirmaram-se os piores receios democratas e a noite eleitoral de ontem revelou-se uma onda dos republicanos que venceram a toda a linha, com praticamente todas as corridas assinaladas como competitivas a caírem para o lado dos candidatos do GOP.
Nas eleições para o Senado, as melhores expectativas republicanas terão sido superadas e o GOP retirou sete assentos aos democratas, sendo que este número deverá aumentar para nove, quando todos os votos estiverem contados no Alaska, que deverá ir para a coluna vermelha, e quando se realizar a segunda volta da corrida no Louisiana, que deverá cair para o lado republicano. No outro Estado ainda sem resultado oficial, a Virginia, o Democrata Mark Warner deverá ser sagrado vencedor. Dessa forma, o Senado ficaria dividido entre 46 democratas (incluindo dois independentes) e 54 republicanos, uma assinalável transferência de poder e que coloca mesmo o Partido Republicano em condições de aguentar a previsível investida democrata nas eleições de 2016.
No que diz respeito à Câmara dos Representantes, cuja recuperação de controlo não passava pela cabeça ao democrata mais optimista, o desfecho não foi diferente. Esperava-se um resultado dentro do de há dois anos, ou, no máximo, um dos dois partidos a ganhar uma meia dúzia de lugares ao adversário. Porém, o Partido Republicano obteve um novo triunfo, conseguindo aumentar ainda mais a sua maioria na câmara baixa. Até ao momento, o GOP já conquistou 13 novos lugares, mas esse número poderá subir quase até aos 20, quando todas as corridas tiverem sido encerradas. Assim sendo, os republicanos passarão a ocupar cerca de 250 dos 435 lugares na House, ficando com uma sólida maioria que poderá resistir durante vários ciclos eleitorais.
Finalmente, nas eleições para governos de Estados federados, assistiu-se, invariavelmente, a uma vitória dos republicanos, com destaque para os resultados na Florida, onde Rick Scott segurou o seu cargo de Governador frente ao favorito Charlie Crist que, depois de ter sido Governador do Estado como republicano e de ter concorrido ao Senado como independente, tentou o regresso à mansão de governador do sunshine state, desta vez como democrata, mas sem sucesso, no Wisconsin, Estado onde Scott Walker garantiu a reeleição, posicionando-se, assim, para uma previsível candidatura à Casa Branca, em 2016, e no Illinois, território democrata, mas que não permitiu a reeleição a Pat Quinn, o actual Governador democrata, que perdeu a corrida para Bruce Rauner, o seu opositor republicano.
Para os democratas, apenas a reconquista da Pennsylvania e e vitória no Colorado (ambas as corridas para Governador do Estado) podem ser encarados como resultados positivos, mas que não chegam, longe disso, para atenuar aquela que foi uma péssima noite eleitoral (foi mesmo pior do que o shellacking de 2010) e cujas consequências darão muito que falar nos próximos tempos.
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