terça-feira, 3 de novembro de 2020

As minhas apostas

 
















A poucas horas de abrirem as urnas nos Estados Unidos, deixo aqui a minha aposta para o figurino do Colégio Eleitoral depois de se contarem todos os votos. Este foi um exercício especialmente difícil de fazer, tão grande é o número de battleground states com sondagens a mostrarem diferenças entre os dois candidatos dentro da margem de erro. 

Entre eles, o mais difícil de prever foi a Florida, mas dadas as vitórias republicanas neste estado em 2016 e 2018, atribuo favoritismo mínimo a Donald Trump. Mas que isso não descanse os simpatizantes do GOP, já que, em 2012, apostei na vitória de Romney no sunshine state e, em 2016, num triunfo de Hillary Clinton. Por isso, o meu histórico na Florida não é o melhor.

A confirmar-se a minha previsão, Joe Biden será o próximo presidente norte-americano, relegando Trump para a condição de one term President. Com uma margem clara, mas não tão grande como se poderia prever, Biden conseguiria uma coligação alargada de estados do Nordeste, do Sul, do Midwest e do Oeste. 

Maior que a vitória de Biden no Colégio Eleitoral, deverá ser o seu triunfo no total de votos a nível nacional. Nesse campo, que não conta para o apuramento do resultado final, mas é sempre importante para a legitimação do mandato presidencial, Biden poderá mesmo conseguir uma margem de dois dígitos. No mínimo, conseguirá, pelo menos 5/6 pontos percentuais de vantagem. Na minha opinião, a diferença entre os dois concorrentes deverá rondar os 7/8%, o que demonstra bem a actual desvantagem dos democratas no Colégio Eleitoral - em 2008, Barack Obama, com uma margem de 7,2% no voto popular, amealhou 365 votos eleitorais.

















Passemos agora para a disputa pelo Senado, que, nos últimos dias, ganhou um maior equilíbrio fruto de uma ligeira recuperação dos candidatos republicanos em alguns estados. Com muitas corridas equilibradas, foi bastante difícil apresentar um mapa sem toss ups, pelo que este é cenário mapa com muitas interrogações. 

Em primeiro lugar, deixei ficar sem decisão as duas eleições na Georgia, já que ambas deverão obrigar a uma segunda volta. Depois, atribuí triunfos aos democratas no Maine, onde a republicana Susan Collins se tem aguentado, mas continua atrás nas sondagens, na North Carolina, onde o candidato democrata tem surgido constantemente na frente apesar de um escândalo sexual a semanas da eleição, e no Arizona. Para o GOP, ficaram os lugares no Kansas, no Montana, na South Carolina, estados profundamente republicanos, e os assentos no Iowa e no Texas. Nestes dois últimos estados, a minha decisão foi mais difícil: com as sondagens a dizerem que ambas as corridas estão muito equilibradas, favoreci os dois senadores do GOP, pois, tradicionalmente, o estatuto de incumbent confere alguma vantagem.

Com este cenário, os democratas têm vantagem na disputa pelo controlo da câmara alta, pois conseguem metade dos assentos e podem ainda alcançar pelo menos mais um lugar nas corridas da Georgia. Além disso, contarão, a confirmar-se a minha previsão de uma vitória de Joe Biden, com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris. 

Finalmente, na Câmara dos Representantes, o Partido Democrata deverá reforçar a sua maioria e conquistar mais uma dezena de assentos, podendo esse número variar entre cinco e quinze. Desta forma, os democratas completam o tri-factor, fazendo o pleno nas eleições para a Casa Branca, Senado e Câmara dos Representantes, o que poderá ser fundamental para o sucesso legislativo dos democratas nos próximos dois anos. 

Nota ainda para as eleições para Governador em alguns estados. Sem grandes motivos de interesse a este nível no presente ciclo eleitoral, as corridas mais interessantes estão no Montana, onde o candidato republicano é favorito, e na North Carolina, onde é o democrata que parte com vantagem. 

Terminadas as previsões, importa agora seguir as contagens dos votos e consultar os resultados finais. Para ajudar, apresentarei, mais logo, um resumo dos estados a seguir e os horários dos fechos das urnas em todos os estados. Afinal, este é o dia mais longo do ano e está apenas a começar.

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