A base das Lajes, também conhecida como o porta-aviões do Atlântico, cedida por Portugal aos norte-americanos no âmbito do Acordo de Cooperação e Defesa celebrado pelos dois países tem estado, nos últimos dias, no centro do debate político no nosso país. Isto porque a decisão dos Estados Unidos, há muito anunciada, de reduzir drasticamente a presença na ilha Terceira foi agora confirmada pelo Pentágono.
Com os norte-americanos presentes na ilha desde a década de 40 do século passado, a enorme redução do efectivo militar dos Estados Unidos na Base das Lajes terá vastas repercussões na realidade sócio-económica da ilha, que depende, em grande parte, da actividade da base aérea. Por isso, a reacção por parte das autoridades locais e regionais não se fez esperar e o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, classificou a decisão norte-americana como "hostil" e deslocou-se ao continente para apelar ao Governo e ao Presidente da República que encetem todos os esforços para reverter a posicão de Washington.
É compreensível que Vasco Cordeiro, como líder da Região Autónoma dos Açores, faça tudo o que estiver ao seu alcance para reverter ou minimizar o downscale norte-americano nas Lajes, dadas as consequências negativas que se prevêem para a Terceira. Contudo, também é verdade que Vasco Cordeiro tem exagerado na retórica e nos argumentos utilizados para fazer valer o seu ponto de vista, especialmente quanto sugeriu, de forma algo atabalhoada, que Portugal poderia ceder a base das Lajes aos chineses.
Portugal pode e deve defender os seus interesses junto das autoridades norte-americanas. Contudo, roça o ridículo estarmos a ameaçar ou a fazer chantagem junto da maior potência económica e mundial do planeta. Terão de ser a diplomacia e o soft power nacionais a funcionar para que a posição norte-americana seja, pelo menos, suavizada. Mas não ajuda que o actual líder diplomático português seja Rui Machete, alguém de quem os norte-americanos não têm propriamente a melhor imagem, depois do seu mandato à frente da Fundação Luso-Americana, que desagradou, de sobremaneira, aos Estados Unidos.
Além disso, se o Presidente do Governo Regional dos Açores está a defender os interesses dos açorianos, também o governo norte-americano está, com a decisão de reduzir a presença nas Lajes, a procurar zelar pelos interesses do seu país e dos seus cidadãos. Há já alguns anos que o governo dos Estados Unidos e o Pentágono têm vindo a apostar no fecho de várias bases militares, nacionais e internacionais, como forma de reduzir os custos operacionais das forças armadas norte-americanas e de responder às mudanças da realidade geoestratégica mundial.
O encerramento de várias bases militares nos Estados Unidos tem resultado numa repetição, em vários locais, daquilo que se passa actualmente na Terceira: contestação, consequências na economia local e estadual e um forte lobby contra essas medidas. Por isso, se o governo norte-americano tem prosseguido nesse caminho, apesar dos fortes protestos de eleitores e políticos do seu país, será que o protesto de eleitores e políticos portugueses o farão mudar de ideias?
Portugal pode e deve defender os seus interesses junto das autoridades norte-americanas. Contudo, roça o ridículo estarmos a ameaçar ou a fazer chantagem junto da maior potência económica e mundial do planeta. Terão de ser a diplomacia e o soft power nacionais a funcionar para que a posição norte-americana seja, pelo menos, suavizada. Mas não ajuda que o actual líder diplomático português seja Rui Machete, alguém de quem os norte-americanos não têm propriamente a melhor imagem, depois do seu mandato à frente da Fundação Luso-Americana, que desagradou, de sobremaneira, aos Estados Unidos.
Além disso, se o Presidente do Governo Regional dos Açores está a defender os interesses dos açorianos, também o governo norte-americano está, com a decisão de reduzir a presença nas Lajes, a procurar zelar pelos interesses do seu país e dos seus cidadãos. Há já alguns anos que o governo dos Estados Unidos e o Pentágono têm vindo a apostar no fecho de várias bases militares, nacionais e internacionais, como forma de reduzir os custos operacionais das forças armadas norte-americanas e de responder às mudanças da realidade geoestratégica mundial.
O encerramento de várias bases militares nos Estados Unidos tem resultado numa repetição, em vários locais, daquilo que se passa actualmente na Terceira: contestação, consequências na economia local e estadual e um forte lobby contra essas medidas. Por isso, se o governo norte-americano tem prosseguido nesse caminho, apesar dos fortes protestos de eleitores e políticos do seu país, será que o protesto de eleitores e políticos portugueses o farão mudar de ideias?
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