sábado, 16 de outubro de 2010

Follow the Money

Apesar de em anos de eleições intercalares serem as centenas de campanhas para o Congresso ou para os governos estaduais a concentrarem a maior parte das atenções, a verdade é que este período de tempo serve também de antecâmara para o lançamento das candidaturas presidenciais, que devem começar a surgir já no início do próximo ano.
Quando se especula sobre os nomes que poderão vir a lançar candidaturas à Casa Branca, um dos principais indicadores é o dinheiro que as principais figuras têm angariado. Como se sabe, a questão financeira é sempre um dos pontos mais importantes para as campanhas políticas nos Estados Unidos e quem quiser ser um candidato presidencial viável tem de ser capaz de reunir enormes somas monetárias, de forma a lançar uma campanha nacional, durante quase dois anos. 
Espreitando os valores que os principais candidatos a candidatos já angariaram este ano, verifica-se que o antigo speaker da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich (que a cada quatro anos é falado como potencial candidato presidencial, o que, até agora, nunca sucedeu), parte na frente, tendo arrecadado 9,9 milhões de dólares. Bem atrás, aparecem outros dos nomes mais falados, com Mitt Romney em segundo lugar (5,1 milhões), seguido de Sarah Palin (2,5 milhões) e Tim Pawlenty (2,1 milhões). São somas elevadas, especialmente no caso de Newt Gingrich, que tem a vantagem de possuir uma estrutura de apoio já bem montada e oleada. Contudo, é preciso lembrar que esta superioridade de Gingrich é apenas aparente, já que Mitt Romney conta com uma fortuna pessoal considerável, a que poderá recorrer numa candidatura presidencial, como aconteceu em 2008 e que Sarah Palin, se e quando decidir concorrer, tem um estatuto e um reconhecimento que fazem dela uma verdadeira máquina de angariar dinheiro sem igual nos seus potenciais adversários.
Finalmente, é necessário considerar que estes valores de dinheiro angariado não significam por si só que estes políticos vão mesmo concorrer à presidência em 2012 (especialmente nos casos de Palin e Gingrich, já que é praticamente certo que Pawlenty e Romney serão candidatos). Muitas vezes, figuras proeminentes da vida político-partidária americana lançam essa hipótese como forma de manterem a sua visibilidade e a sua influência política. Além disso, estes flirts com uma eventual candidatura presidencial permite aos políticos em causa, como vimos nestes casos, aumentar exponencialmente as contribuições financeiras para os seus PACs e grupos de apoio.
Após as eleições intercalares, as atenções dos grandes contribuidores financeiros para as campanhas políticas vão virar-se para 2012 e para os candidatos que representarão as melhores apostas (e investimentos) para o seu dinheiro. Nessa altura, terá início, em força, a pré-campanha presidencial e estas somas, já de si avultadas, ganharão um volume gigantesco, a que alguns chamarão mesmo insultuoso.

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